quinta-feira, 28 de maio de 2009

Devaneio de uma mente a vagar.

Devaneio de uma mente a vagar.

Estava deitado a pensar nos despautérios da vida, no quanto somos substituíveis e banalizados em momentos de pura insatisfação.
Estava a imaginar o vivido, a história construída e de uma só vez apagada. Do convívio perfeito entre passado e lembranças de infortúnios displicentes de uma alma egoísta a deleitar-se com o puro prazer momentâneo, sem ao menos recordar as raízes profundas, surge um momento de reflexão.
Das aventuras vividas, dos momentos, do êxtase, sobraram apenas algumas rugas neste rosto, que busca pelo menos a compreensão de passagens reflexivas a respeito do passado e nada mais.
Da ânsia de uma reconstrução momentânea, na sobrevivência ilusionista de um ser perturbado pelo passado, presente constante em sua vida, algumas arestas aparou, com uma dor profunda nas cicatrizes de uma alma a sofrer.
Passados alguns momentos de completo devaneio por essa dor da ausência de um ser presente, porém distante de qualquer formulação de felicidade, algo de estrondoso aconteceu no despertar de uma manhã de completa harmonia das energias vigentes.
A alma outrora abafada por uma angustia sem limites despertou-se para os bens essenciais somente, porém saudável no ponto de vista do amor próprio a nascer.
A vida simplesmente recompensa a todos os seres que direta ou indiretamente tem sonhos e procuram uma oportunidade única para vivê-los.
A vida compensa quando na divergência da razão e coração você consegue um equilíbrio perfeito e raro entre ambos para o bem comum, com sentimento de alegria e nada mais.
Quando percebemos que a função em detrimento do outro não é uma função exata da mãe matemática descobrimos que por mais que façamos, nunca será o bastante para sermos reconhecidos e recompensados.
Nossos atos para com o próximo têm que ser incondicional, sem esperar algo em troca, pois agimos de livre e espontânea vontade sem nenhuma coação, logo não podemos após momentos de felicidade mutua querer a recompensa final.
Nossa vida tem que ser vivida de maneira que após conquistas e derrotas estejamos prontos a recomeçar sem magoas ou rancores, retirando de situações passadas apenas aquilo que de melhor se fez.
No entanto não podemos esquecer que são dos erros passados que fazemos o acerto presente, portanto devemos quando errar entender, afim de que no futuro não os cometamos novamente.
Que bom seria se em nossa vida tivéssemos apenas a felicidade como parceira incondicional passiva de mudanças, mas nunca de instantes de perturbações pelo fantasma dos deslizes imediatos. Que bom seria se todos nossos sonhos fossem jardins floridos, com belas orquídeas brancas, a ornamentar momentos de satisfação da alma.
Obviamente que a vida não é assim e que por mais que pensamos que fizemos, sempre há algo a fazer. Por mais que tenhamos agido com as melhores intenções possíveis, geralmente não temos a sensação de um ser completo.
Contudo, por mais que tenhamos cultivado a mais linda história de vida, cultivamos em nossa alma, não em almas alheias. Esse sentimento é preciso que nasça não conseguimos em momento algum transferi-lo, apenas senti-lo e nada mais.
No final de tudo, o que mais importa é que fomos felizes, nem que tenha sido por instantes de pensamento apenas.
E quando isso não bastar para continuar a viver intensamente resta-nos o respeito, sentimento lindo, puro e nobre. O respeito é um dos sentimentos mais necessários para a harmonia da humanidade, pois quando se respeita conquistamos não só o respeito, como a simpatia dos que ao nosso redor estão.
A felicidade é um sentimento difícil e incompleto, no entanto temos a obrigação de pelo menos tentar vivencia-la intensamente nos momentos que assim permitir.
Quanto ao amor. Esse realmente é um sentimento complicado, porém exato. Começa sempre com o amor próprio, pois quem não se ama verdadeiramente não pode amar ninguém, não dará certo.
Quanto a mim vagarei em minha mente, nas perturbações de meu coração no vazio de minha alma e na busca de minha essência há muito perdido.



Vanildo Lisboa Veloso – 31/07/06.

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