quinta-feira, 28 de maio de 2009

Felicidade! Uma busca constante em nossas vidas.

Acredito que nunca percebemos o poder que o por do sol sobre o lago em Palmas tem.
Estava sentado na praia da Graciosa a imaginar alguma explicação lógica para a felicidade, sentimento que até então pensava que pouco me visitava.
Fiquei a pensar nas crianças do setor Santa Bárbara em uma ultima passagem por lá, a cerca de dois meses. Quanta alegria, quanta felicidade. Será que encontraria felicidade apenas no olhar e sorriso de uma criança naquele local tão desprovido de tudo?
Qual seria o motivo de tanta felicidade?
Em um primeiro momento imaginei que criança é feliz em qualquer circunstância. Porém depois entendi que não.
A felicidade é um sentimento natural que depende de nosso contexto e de nosso interior. Somos tão obcecados em alcançar a felicidade, em moldar momentos felizes que acabamos nutrindo a frustração, o desconforto e a descrença.
Logo, uma explicação convincente que encontrei é que a felicidade seria o equilíbrio entre a serenidade pessoal e a busca do bem estar coletivo. Assustei-me com tal despautério de minha mente, bem estar coletivo?
Sim, pois para aquelas crianças o simples fato de estar perto da família e de saber que sempre teriam pelo menos com quem brincar era o suficiente para conseguir construir um ambiente de paz e alegria. Afinal de contas elas estavam acostumadas a tão pouco que esse pouco era o suficiente para viver.
Lembrei de minha feliz infância, nos momentos felizes que tinha aos 10 anos de idade quando nas férias escolares de julho, num inverno intenso, levantava-me às 05 horas da manhã para trabalhar na “panha de café”, rotina corriqueira no sul de Minas Gerias, pelo puro desejo de comprar uma passagem para ir a Aparecida do Norte. É realmente não tive uma infância rica, mas muito feliz. Lembro-me das caminhadas a pé aos cafezais, da marmita fria comida às 10 horas da manhã e da alegria que lá deixei.
Não pude deixar de comparar tais momentos com minha realidade, onde vivo provido de conforto, inserido em um nicho social de privilégio de poucos, porém sem entender o porque da não felicidade.
Nesta anuência de confronto de realidades foi que a linda imagem do por do sol sobre o lago de Palmas me fez refletir.
Somos infelizes porque condicionamos nossa felicidade ao futuro. Vivemos em uma sociedade imediatista, porém quando o assunto é felicidade não conseguimos ser imediatos. Geralmente pensamos que seremos felizes após a troca de carro, ao aumento de salário, ou até mesmo ao encontrar um novo amor. No entanto o que não entendemos é que a felicidade está no aqui e agora, nas pequenas coisas sem valor momentâneo, porém de grande valia na nossa vivência pessoal.
Portanto, o que precisamos entender é que viver é simplesmente ter certeza que estamos contribuindo para que a vida seja melhor; não somente para nós, mas para todas as pessoas que desejam um mundo mais justo.
Após estas lembranças, ao olhar novamente para o horizonte, num golpe de lucidez, percebi que o sol já havia se posto sobre as águas de nosso belo lago e o céu estrelado com uma lua cheia sem igual surgia no horizonte. Como a noite me inspira e me deixa feliz. Feliz?
É feliz, pois consegui ter este sentimento através de algo que estava disponível, gratuitamente, todos os dias. Nesse novo cenário, da mais linda inspiração divina, lembrei-me das sabias palavras de uma amiga de Campinas que havia morado na Inglaterra, na Noruega, que havia vivido e vivenciado muitos atos, conseguido quase nada e perdido praticamente tudo nessa vida, mas que nunca havia esquecido de ser feliz por um só instante.
Essa amiga dizia que a felicidade nunca é tão boa quanto se imagina e nem dura tanto quanto se pensava e que o mesmo princípio vale para a infelicidade, que não dura para sempre nem é tão nefasta assim. E ia além, pois pontuava que erramos sempre ao tentar prever o que nos fará felizes. Belo conceito para uma pessoa que não teve uma vida tão exata. Talvez por não tê-la tenha se realizado tanto.
Neste momento impagável com belas lembranças de pessoas inquestionáveis e inesquecíveis, consegui tirar algumas conclusões que talvez me permita viver menos angustiado e mais perseverante. Concluí que tudo que adquirimos, por vontade, desejo compulsivo e momentâneo ou até mesmo por necessidade, pode exercer fascínio, trazer conforto, representar uma conquista, mas está longe de trazer uma sensação permanente de satisfação.
Entendi que a felicidade ainda incluí a auto-estima, o cuidado consigo e os prazeres intelectuais, como curtir uma boa música, ler um bom livro, se deleitar com um belo poema ou simplesmente ter uma nova idéia.
Compreendi que a felicidade é algo que independe do que está a nossa volta e que desfrutar e saborear a vida, é o nosso maior compromisso, visto que, esta vida nos é dada gratuitamente, somos responsáveis únicos por ela.
Percebi que as coisas ruins também fazem parte da vida e quem aceita isso enfrenta melhor o sofrimento, sem perder os momentos de alegria.
No entanto, para aqueles que pensam que dinheiro por si só traz felicidade, bem, ele traz as condições para as pessoas serem felizes, assim como, um corpo saudável dá as condições para se ter uma vida feliz. Mas nada disso adianta se você não estiver em paz consigo e com os outros, pois as pessoas mais bem realizadas que conheço são aqueles que se cercam da família, dos amigos, e o mais importante, os que sabem e tem o dom de perdoar.
Por isso aproveitem a vida, vivam mais o presente, projetem menos o futuro, perdoem com mais facilidade, pois o ódio transgride as boas ações e as lembranças. Afinal a paz tem que nos cercar sempre, pois ninguém na hora da morte dirá ter se arrependido pelos bens que deixou de angariar, mas sim de ter esperado muito tempo ou perdido várias oportunidades para aproveitar a vida. Será que realmente estamos preparados para enfrentar a rotina diária de busca da felicidade, ou simplesmente teremos uma passagem apática e conformista por essa vida?


Vanildo Lisboa Veloso 13/07/2006

DEPRECIONATA

Devaneios de minh`alma.
Sensações de frio, calor.
Intenções de ausência do ser.
Equívocos de pensamentos,
carregados do sofrer.
Devaneios de minha mente.
Vazios profundos.
Falta de pensamentos.
Ausência de essência de luz.
Devaneios de minha boca,
por onde solto todo o sentimento
de minh`alma.
Todo o pensamento
De minha mente
Toda a essência de meu existir
Depressões profundas
Resumidas aos devaneios
De um reles mortal
Sentimentos obscuros
Da perda da consciência
Da falta do Ser Supremo
Devaneios de minha caneta
Que tentou em vão
Demonstrar o que se
Passa nesse fadigado coração.



Vanildo Lisboa Veloso 02/10/2002

Devaneio de uma mente a vagar.

Devaneio de uma mente a vagar.

Estava deitado a pensar nos despautérios da vida, no quanto somos substituíveis e banalizados em momentos de pura insatisfação.
Estava a imaginar o vivido, a história construída e de uma só vez apagada. Do convívio perfeito entre passado e lembranças de infortúnios displicentes de uma alma egoísta a deleitar-se com o puro prazer momentâneo, sem ao menos recordar as raízes profundas, surge um momento de reflexão.
Das aventuras vividas, dos momentos, do êxtase, sobraram apenas algumas rugas neste rosto, que busca pelo menos a compreensão de passagens reflexivas a respeito do passado e nada mais.
Da ânsia de uma reconstrução momentânea, na sobrevivência ilusionista de um ser perturbado pelo passado, presente constante em sua vida, algumas arestas aparou, com uma dor profunda nas cicatrizes de uma alma a sofrer.
Passados alguns momentos de completo devaneio por essa dor da ausência de um ser presente, porém distante de qualquer formulação de felicidade, algo de estrondoso aconteceu no despertar de uma manhã de completa harmonia das energias vigentes.
A alma outrora abafada por uma angustia sem limites despertou-se para os bens essenciais somente, porém saudável no ponto de vista do amor próprio a nascer.
A vida simplesmente recompensa a todos os seres que direta ou indiretamente tem sonhos e procuram uma oportunidade única para vivê-los.
A vida compensa quando na divergência da razão e coração você consegue um equilíbrio perfeito e raro entre ambos para o bem comum, com sentimento de alegria e nada mais.
Quando percebemos que a função em detrimento do outro não é uma função exata da mãe matemática descobrimos que por mais que façamos, nunca será o bastante para sermos reconhecidos e recompensados.
Nossos atos para com o próximo têm que ser incondicional, sem esperar algo em troca, pois agimos de livre e espontânea vontade sem nenhuma coação, logo não podemos após momentos de felicidade mutua querer a recompensa final.
Nossa vida tem que ser vivida de maneira que após conquistas e derrotas estejamos prontos a recomeçar sem magoas ou rancores, retirando de situações passadas apenas aquilo que de melhor se fez.
No entanto não podemos esquecer que são dos erros passados que fazemos o acerto presente, portanto devemos quando errar entender, afim de que no futuro não os cometamos novamente.
Que bom seria se em nossa vida tivéssemos apenas a felicidade como parceira incondicional passiva de mudanças, mas nunca de instantes de perturbações pelo fantasma dos deslizes imediatos. Que bom seria se todos nossos sonhos fossem jardins floridos, com belas orquídeas brancas, a ornamentar momentos de satisfação da alma.
Obviamente que a vida não é assim e que por mais que pensamos que fizemos, sempre há algo a fazer. Por mais que tenhamos agido com as melhores intenções possíveis, geralmente não temos a sensação de um ser completo.
Contudo, por mais que tenhamos cultivado a mais linda história de vida, cultivamos em nossa alma, não em almas alheias. Esse sentimento é preciso que nasça não conseguimos em momento algum transferi-lo, apenas senti-lo e nada mais.
No final de tudo, o que mais importa é que fomos felizes, nem que tenha sido por instantes de pensamento apenas.
E quando isso não bastar para continuar a viver intensamente resta-nos o respeito, sentimento lindo, puro e nobre. O respeito é um dos sentimentos mais necessários para a harmonia da humanidade, pois quando se respeita conquistamos não só o respeito, como a simpatia dos que ao nosso redor estão.
A felicidade é um sentimento difícil e incompleto, no entanto temos a obrigação de pelo menos tentar vivencia-la intensamente nos momentos que assim permitir.
Quanto ao amor. Esse realmente é um sentimento complicado, porém exato. Começa sempre com o amor próprio, pois quem não se ama verdadeiramente não pode amar ninguém, não dará certo.
Quanto a mim vagarei em minha mente, nas perturbações de meu coração no vazio de minha alma e na busca de minha essência há muito perdido.



Vanildo Lisboa Veloso – 31/07/06.

Obscuro

Obscuro


Ignorância suprema
de um ser terreno.
Imperfeito, vago,
que perambula por caminhos
obscuros e distantes;
que prega as trevas
em lugares de brilho.
Que não obstante
se idealiza.
Perfeito, um Ser onipresente;
que sente, cuida, protege,
que guia os passos,
que tenta salvar o ignorante.
Mas, o imperfeito
não vê o Supremo.
Trilha rumos
que até o futuro duvida.
Que até a aurora cai
na penumbra do passado.
Que vivi o ontem no hoje.
Que trilha o amanhã
no que se foi.
Que não vê a salvação,
Se não em um pega,
em um tiro, em um baque.
Ignorância do ser
terreno, que agora
dorme no sono eterno.


Vanildo Lisboa Veloso 02/10/2002